terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dia 21: Il giorno delle donne

Ciao Mamma. Só pra mamma, perche oggi e il giorno delle donne. Parabéns pelo seu dia, mãe. Estou deitado em uma cama quentinha, em Palermo. Família bonita a do Felippo: esposa, filha e o pequeno Bruno, de quatro meses. Ao meu redor, histórias de viagens pelo mundo todo. O cotovelo dói, hehe. Mas enfim, vamos ao diário.

Último dia em Napoli. Dia de caminhar e dar uma chance para a cidade

Três semanas na Itália (07/03). Quis dar uma chance para Napoli me convencer do que era capaz, naquele domingo, meu último dia na cidade. Era dia de acordar tarde, se demorar na cama, arrumar as coisas devagar. Ficar conversando com o militar Luigi, que dividiu o quarto comigo, sobre os conflitos no Afeganistão. Ajeitei as coisas, deixei as bagagens na portaria e fui dar um giro no centro velho. E Napoli começou mal.

Napoli caótica

Mesmo no domingo, a cidade é caótica. Ô terra para ter carro passando, tentando ser mais rápido, buzinando, indo e vindo, e me irritando a todo momento. Ô terra para ter essas motos vespas irritantes de barulho ensurdecedor e que passam e vem e vão. Sério, desisto. Andei em direção ao centro. Ô terra feia! Fosse o Paraguai, seríamos mais diretos: o Paraguai é caótico e feio. Manja os mototaxis e o lixo na rua? Aqui é igual, mas aqui se diria uma cidade pitoresca. Nada de pitoresca, é feia mesmo.

Varais pela cidade

Andei até uma capela e depois até o Duomo, que estava fechado. E eu irritado com as motos. Pô, é domingo, fiquem em casa! Voltei do centro em direção ao hostel e passei numa tal Napoli Subterrânea. A cidade dava sinais de resistência em sua tentativa de me convencer que era boa. Não peguei o começo da explicação, mas para construir as casas, lá nos tempos romanos, o pessoal precisava de rochas e cavaram da terra. Faziam buracos e iam tirando as rochas. O resultado? Galerias inteiras a mais de quarenta metros de profundidade. Uma delícia, aquela tranquilidade sem o barulho dos carros. Segui uma guia que contou a história do lugar, depois pegamos velas e andamos por entre rochas estreitas onde haviam aquedutos romanos. Na Segunda Guerra, o lugar foi usado para proteção. Muito interessante. Ponto para Napoli.

O passeio Napoli Subterrânea. Recomendo muito.

Aí andei mais um pouco e peguei uma das pouquíssimas pizzarias abertas. Estava com fome. A pizza foi criada em Napoli e é da cidade a fama de ter a pizza mais gostosa do mundo. Não sei isso é verdade, mas a pizza de queijo de búfala estava estupenda. Mais pernadas, de volta ao trânsito, caminhei um bocado e cheguei a Piazza del Plebiscito, belíssima, com dois cavaleiros e dois meio arcos, quase com os braços da Piazza San Pietro, no Vaticano. Passei antes em uma galeria, como a de Roma, e no Panteon da Piazza, mas bonito que o de Roma.

Mais pontos para Napoli.


Centrinho abandonado

Então resolvi correr, pegar um metrô para Salvator Rossa, andar até o hotel e ajeitar minhas coisas. O navio partiria às 20h, eram 17h30, tinha tempo. Mas demorei para sair e o horário começou a preocupar. O metrô demorava chegar, depois tive que sair atrás do tal funiculare, um metro que desce por cordas. Não achei de primeira e, quando achei, o biglietto já não valia mais. Já tava puto. O funiculare lentíssimo e eu puto. Corri para pegar o navio, me demorei para achar e entrei. Tinha dado certo, eu cheguei ao bar do navio e fiquei zanzando. Mas isso conto no próximo e-mail (estou devendo, sobre o dia de hoje em Palermo).

Sgora bateu sono, beijo
Murilo

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