quarta-feira, 18 de abril de 2012

Dia 7: Calmaria nas ilhas de Venezia

Ciao pappa, Ciao mamma

Uma semana na Itália (21/02). Um dia sozinho, cheio de coisas para explorar, mas um pouco deprê por voltar estar comigo mesmo. Os meus amigos americanos foram para Milano, passar o dia lá. Acordaram cedo, os coitados. Também acordei e fui tomar um café. Veneza é cara, um trocinho de nada e minha conta já estava em sete euros. Então peguei um ônibus (ops, ônibus não, um barco) e fui para uma das ilhas próximas a Venezia.

Ilha de Murano, um dos pontos visitados em meu dia sozinho

O sistema de transporte aqui é interessante, porque como toda cidade as pessoas precisam ir e vir. Os barcos funcionam exatamente como ônibus: você paga a passagem, espera no ponto. É bem fácil se locomover pelos principais pontos de Veneza e pelas ilhas do entorno. A polícia e as ambulâncias, claro, são também embarcações.

Em Venezia, barcos para turistas e moradores compartilham aos mesmos canais

Então fui para o Lido, uma espécie de ilha comprida, que protege Venezia do mar Adriático. É assim, seria como se a região de Veneza fosse uma baía, protegida pela Lido. E a cidade toda ceifada por canais (e eu pensava que Venezia fosse construída artificialmente sobre pau a pique, heheheh). Na ilha do Lido, silêncio e calmaria. Totalmente diferete de Venezia, lá é uma ilha residencial, cheia de velhinhos ou pessoas com seus cães grandes. Muito interessante, quando me aposentar vou morar lá.


Em Lido, senhores caminham por ruas calmas. Lugar para minha aposentadoria

Fui até a praia, tinha uma placa dizendo que o acesso à ela estava permitido! (tem portão para chegar à praia e algumas são particulares). Vi pela primeira vez o Mar Adriático, aquele que no passado servia de vazão do comércio de Venezia com os orientais, quando a cidade era uma riquíssima república ultramariana. Lindo o mar. Sentei em umas rochas e fiquei curtindo o som das ondas, o silêncio. Depois conversei com um casal de velhinhos italianos, Francesco, de 91 anos, e Rosseta, 90. Perguntei sobre meu italiano e ele respondeu "se fai capire" (se faz compreender). Adorei.



"Spiagia Libera", aqui, as praias têm portão. Abaixo, Francesco e Rosseta

Andei mais pela praia, tinha a mulher brincando com sua cachorra, alguns turistas catando conchinhas e tirando fotos. Na cidade, uma mulher tentava conter seu cachorro gigante que queria correr atrás das gaivotas. Peguei então outro barco para a ilha de Murano, conhecida pelos lindíssimos artesanatos em vidro. Ilha interessante também, com muitos canais, como em Venezia. E cheia de lojas de artesanato. Tudo beeeem caro. Os turistas adoram. Em uma parte, parecia uma cidade abandonada. Novamente o silêncio.


Italianos adoram cães. No dia de sol, mulher brinca com sua cadelinha


Aí voltei para Venezia. Ja era tarde e eu sequer tinha entrado na Basílica de San Marco, a principal de Venezia. Fiquei horas para chegar a Basília. Andei pelas ruelas apertadas da cidade, uma mais estranha que a outra. Parece outro planeta. Também passei pelo hospital, encontrei um professor de artes que me deu dicas dos melhores lugares para fotografar. Mas minha máquina tinha morrido de vez. Consegui fazer algumas boas com a máquina 2. E cheguei à basílica após o horário de fechamento.


A bela Murano, famosa pelo artesano em vidro e as vezes erma em algumas áreas

Para chegar a Piazza San Marco, o principal atrativo de Venezia, a gente vai seguindo nas paredes as plaquinhas "Per San Marco", ou "Per Rialto"(a principal ponte, sobre o Grande Canal). Fui seguindo e me perdi. Quando cheguei já era noite e não pude conhecer a igreja. A máquina deu uma ressuscitada no escuro e, com a ajuda do tripé, fiz umas fotos noturnas interessantes. Aí voltei para o hostel, comprei o bilhete do trem para Bologna e fiquei esperando dar o horário.


Fim do sétimo dia na Itália. Noite na Piazza San Marco

Aí aconteceu o imprevisto. Meu trem chegaria as 2 da madrugada em Bologna, péssimo horário. Como eu ficara um dia a mais em Venezia, o pessoal que ia me receber em Bologna não pôde mais. Tinha dois contatos, os dois disseram não. Aí, entre ir para Bologna e fica buscando um hostel de madrugada, e ficar uma noite mais em Venezia, preferi a segunda opção. Os dois americanos voltaram de Milano, agora, manhã do outro dia, e vamos conhecer a basílica. Vou para Bologna no começo da tarde e só vou passar algumas horas lá. Acho que vou direto para Firenze. Lá tenho Couch Surfing.

A beleza de Venezia

Bem, agora preciso ir. Os americanos estão se enrolando para se arrumar (por isso que gosto de viajar sozinho, heehhehe). Vamos tomar um café e caminhar mais uma vez “per San Marco”. Ver no que que dá. Nosso próximo contato possivelmente será de Firenze.

Beijo mamma, beijo babo

Ci vediamo,

Murilo

PS: Sobre Paris, é tentador né. Numa dessas eu iria antes de ir para Roma e passaria meu aniversário lá.

5 comentários:

Ana disse...

Olá!! Lembrei agora que cai aqui uma vez em um post seu não muito amigavel a viagens com crianças..kkkkkkk..que ironia!Um dia vc por necessidade vai mudar de opnião,rss..Brincadeiras a parte,adorei seus relatos!Tenho muita vontade de ir a Italia..alias,ela é meu maior motivo de querer mt ir a Europa!!
Abraços e boa semana! :)

Ana disse...

Ah,e belas fotos!! :)

Rescunhos de Viagens disse...

Oi "Mãe mochileira". Primeiro, parabéns pela ideia do blog. Viajar com seu "malinha" deve ser muito divertido. Bem, o post aí em cima é de uma fase mal-humorada deste blog. Imagine vc: eu viajava toda semana de Foz do Iguaçu para Campinas. Ia de ônibus e voltava de avião. Depois, de terça a sexta, eu ia e voltava de van todos os dias de Medianeira a Foz do Iguaçu (57km). Foi nesta fase que criei o blog.

Aí, ele tomou mais uma cara de viagens de férias, com boas histórias e dicas. Mas tenho orgulho desta fase "Para Campinas".

Crianças sempre foram uma tortura nas viagens. Daquelas que vomitam àquelas que choram descaradamente. Mas é que eu sempre fui solteirão e mochileiro. Quem sabe quando eu tiver o meu "malinha" não passe a olhar as crianças de viagens com outros olhos.

Em tempo: adoro crianças! Tenho três afilhadinhos e vários sobrinhos que são minhas paixões.

Beijão, parabéns de novo pelo blog!

Dra. Juliane Borsa disse...

Olá Murilo
Gostei muito do seu post. Me lembrei do tempo em que morei na Itália. Vendo as fotos dos vovozinhos, lembrei das minhas frustradas tentativas de fotografar pessoas na Itália. Eles são muito resistentes! Quase apanhei de um senhor em Veneza, pois ele ficou irritado quando me viu apontando a máquina para a direção dele, hehe. Vc usou uma lente potente? Ou contou com a simpatia deles? Um abraço!

Rescunhos de Viagens disse...

Com a simpatia. Fiquei um tempo conversando com eles e eles até disseram que meu italiano estava razoável, hehhe. Sempre peço pras pessoas se posso fazer fotos. Já ganhei alguns nãos, mas os sims valem a pena.