domingo, 11 de março de 2012

28 anos em Lima

Foi na capital peruana que comemorei meus 28 anos de idade. Aniversário sozinho como acabaria sendo outros tantos em viagens. Comprei um pedaço de bolo de chocolate, alguns salgados, uma lata de leite “Pura Vida”, fui até a praça central de Miraflores e preparei minha festa particular. Ajeitei-me em um banco, esperei que não tivesse muita gente ao redor e assoviei, em vibrato, os parabéns para mim, assoprando a “velinha” – as faíscas de um isqueiro. O pedido? Que muitos outros aniversários fossem exatamente como aquele.


Aniversário com leite, bolo e parabéns em vibrato

Os dois dias que estive em Lima foram os mais forever alone da viagem. Se em outras praças sempre encontrava algum maluco com mesmo espírito, ali estava por conta. O jeito foi caminhar sozinho pela cidade.


Era 27 de fevereiro e eu tava batendo perna


Gatos e transeuntes na fauna da praça central de Miraflores

Era 27 de fevereiro e eu batia perna pela Avenida José Larco em direção à praça central de Miraflores. Vi estudantes aproveitando o sol, pessoas sentadas em monumentos e uma porção de gatos no pé da Igreja Virgem Milagrosa.

Pelo caminho liguei para casa de meus pais para ganhar os parabéns. Troquei, enfim, meus últimos pesos chilenos. O câmbio estava pela hora da morte. Dava adeus àquelas cédulas que me acompanharam desde o início.


Espelho d'água na Lacomar. Bela vista da praia

Depois do ritual de aniversário, conheci a Lacomar, um centro comercial construído em uma falésia com uma vista impressionante do mar. Uma neblina estranha, no entanto, estragava a vista. Caminhei pela praia, caótica como as nossas, só que virada para o outro lado do mundo.


Tudo branco: estranha névoa atrapalhava a vista

Sol nas costas

Tinha me cuidado a viagem toda para não ficar com marca de caminhoneiro. No penúltimo dia, sol a pino e eu caminhando por Miraflores. Deu no que deu. O sol continuou na parte da tarde, no bairro vizinho, Barranco, o menor de Lima e o mais bonitinho. Em uma escola, tinha festa com apresentações culturais. Curti sem entender bem o que era.




Visões de Barranco, pequeno e bonitinho

No fim do dia, de novo na praça central. Poetas declamavam poesias em uma espécie de arena. Anotei esta: “Temos que entender que o não entender também faz parte do entender”. Não lembro o autor.


Praça central de Miraflores durante a noite. Fim de dia

Passei as últimas horas de meu aniversário na feira de artesanatos comprando presentes para a família. Depois, caminhei soluçando pela Avenida José Lerco de volta ao hostel. Os carros buzinavam a bel-prazer. Deus, como os peruanos gostam de buzina. Lembrei-me das curvas montanhosas em Santa Tereza ou a chegada em Cusco – no Peru, buzina-se para tudo.

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