segunda-feira, 5 de julho de 2010

Pelas santas do Vale Sagrado – parte 1

O café da manhã em Cusco tinha um sabor especial. Não era o café e o leite em saches, ou o doce de goiaba na torrada. Era o sabor da expectativa. Após o desayuno, começaríamos nossa viagem para Machu Picchu.



Deixamos nossa bagagem no hostel e, de malas menores nas costas, fomos até a região onde se pegam as vans para o povoado de Santa Maria, a primeira santa desta história. Antes de entrar na van, murilice minha: esqueci o tripé dentro do taxi. Teria que fazer fotos da cidade sagrada com um equipamento a menos.

Pela janela, Marco curte a paisagem

A van, cheia de moradores locais, contornou os Andes. Desfiladeiros e paredões gigantescos, uma paisagem à Senhor dos Anéis. Atravessamos várias vezes o rio Vincanota, o mais importante da região, que troca de nome para Urubamba e, depois de muitos quilômetros, deságua no Amazonas.

E então a chuva nos parou. Pausa para o café

Mas então a chuva nos parou. Quem acompanha os noticiários deve ter visto a devastação no Vale Sagrado com a cheia do Urubamba, no começo de 2010. Chove muito naquela região no início do ano, mesma época em que eu estive lá, em 2009. Daí a trilha inca estar fechada. E também por isso, um deslize de terra ter nos parado por quase uma hora, logo no início da viagem.

Uma hora de espera, hora de tomar café...

... preparado por uma mulata suada. Trabalha a mulher

“Cuidado: zona de derrumbres”, informava a placa. Paramos para tomar um café quente preparado por uma mulata suada. Ela fazia PFs e outros quitutes em meio à fumaça e ao calor do fogo. Chovia do lado de fora. Mas fomos informados que a estrada estava de novo aberta. A viagem seguiu.

Marco, e seu novo amigo, aproveitam a viagem

Na van, música moderna peruana e uma longa conversa com meu amigo Marco. Ouvi de novo sobre Franco, o irmão-herói, e sobre a mãe, famosa pelos pães caseiros feitos no forno de barro, nos fundos de casa. Um dia ainda visito meu amigo em Santa Fé. Um senhor insistia em repousar sua cabeça no ombro de Marco, como fizeram Ben na viagem para Copacabana. E do lado de fora, paredões, povoados e o majestoso Urubamba acompanhavam nossa aventura.

Chovia em Santa Maria. E crianças curtiam a água


Vans se enfileiram. A viagem tinha que seguir

Santa Maria estava próxima. Viria depois de muitas curvas, subidas e descidas. E, como outros povoados, estava debaixo d’água – não pela cheia do Urubamba, mas pela chuva sem trégua. Algumas mulheres vendiam frutas em barracas, crianças brincavam na água e outras vans se enfileiravam. Estávamos no meio da viagem.



E outra santa nos aguardava.

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