quinta-feira, 19 de março de 2009

Calvário em Salta

Tenho muito disso: calvário, martírio, tortura. Situações criadas por mim mesmo. Ou melhor, não por mim, pelo meu sôfrego eu. Já disse aqui, minha sina é conviver com esse eu às avessas que insiste em fazer tudo errado. Conviver e sobreviver a mim mesmo.

Calvário. O dia torto em Salta

Na viagem aos Andes, o sôfrego eu tinha que aprontar das suas. Talvez para garantir um ponta aqui no blog. Perdi meu segundo dia em Salta tendo que resolver um problema criado por ele lá no início da viagem.

Era sexta-feira, tinha deixado tudo pronto para partir no sábado. Mas lutava com um problema da senha do cartão de crédito internacional - a senha, a propósito, só chegou agora, no momento em que escrevo essas linhas. Tal como na Europa, teria que levar todo o dinheiro porque não poderia sacar nada no exterior. A Mastercard me paga!

Pois é o que eu deveria ter feito – sacar uma quantidade grande de dinheiro, transformar em dólares e viajar tranquilo. Mas não foi o que ele, o maldito eu, fez. Deixei para sacar no caixa eletrônico esquecendo o limite diário de R$ 400 reais das máquinas. Iniciei a viagem com R$ 800 reais na carteira.



Se na Europa a grande angústia dos primeiros dias fora a perda da bagagem, nos Andes, quebrei a cabeça tentado resolver o problema do dinheiro. A primeira tentativa foi em Salta, mas depois de passar horas em um banco, de fazer dezenas de ligações para minha agência no Brasil e outras dezenas de tentativas de sacar com o cartão de débito acabei de bolso vazio. Viajaria para o Chile sem resolver o problema.

Um a zero para o sôfrego eu!

O simples não sacar de dinheiro me rendeu, além da dor-de-cabeça inicial, um prejuízo que ainda não contabilizei ao final da viagem. Um capítulo inteiro para os Métodos Fáceis de se Perder Dinheiro.

No fim da história acabo resolvendo o problema, isso é certo. Mas na relação entre eu e meu sôfrego eu tudo é mais difícil e dolorido. Conto pra vocês quando chegar no Chile.

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