quinta-feira, 24 de julho de 2008

O farol de Malmö

Sentei no chão, abrindo o macbook no colo e tentando uma conexão. Nada. O Juttel olhava para os lados em busca de gente. Ninguém. E nós, em frente ao Fórmula 1 Malmö estávamos perdidos. Sem reserva, sem alguém para nos atender, sem lugar para ficar.

Portuária, a cidade de Malmö tem no farol um de seus símbolos

Vínhamos nos arrastando desde a estação central reparando os nomes das ruas da pequena Malmö. Cidade bonita, aconchegante e ainda mais silenciosa que a Terra do Nunca Estocolmo. No outro dia, no ônibus metropolitano, nos sentimos uns boçais: em meio a tanto silêncio, qualquer reação mais exaltada parecia bagunça.

Em Malmö, calados já éramos tidos como loucos

Os dias em que ficamos em Malmö foram dedicados exclusivamente à conferência da PCST-10, uma entidade internacional que reúne experiências de divulgação da ciência no mundo todo. A conferência, ocorrida a cada dois anos, aconteceu na universidade de Malmö, mas estendeu sua programação com eventos na universidade da vizinha Lund e o Challenge em Copenhague.

A ponte e parte da cidade - bela vista da Universidade de Malmö

Jornalistas, pesquisadores e divulgadores da ciência dos quatro cantos do globo, inclusive do Brasil, foram contar em Malmö suas histórias. Sobre a nossa, da equipe “Bem me quer, mal me quer”, falo mais adiante. Antes, precisamos resolver a situação de dois carinhas, que ficaram parados em frente ao hotel Fórmula 1, esperando que voltemos a falar deles.

Sem ter muito o que fazer fomos pedir informações em um posto de gasolina próximo ao hotel e percebemos que, apesar de silencioso, o povo de Malmö é muito receptivo. A moça loira não só nos atendeu bem, como fez a reserva por telefone no hotel e chamou o táxi. E após um interessante bate-papo com a taxista, chegamos ao IBIS no mesmo instante que o casal Flavinha e Davi fazia o check-in. Estávamos salvos.

Papo sério: a conferência

Abertura da conferência PCST-10: sincronia de interesses

O outro dia (25) amanheceu cedo, literalmente. Nessa época de verão europeu os dias são bem mais longos. Especialmete na Suécia onde ocorre o conhecido Sol da meia-noite. Em Estocolmo, lembro-me da gente andando pelo centro em pleno “dia”, embora fossem passadas nove horas da noite. Também pela janela do navio-hostel, a luz do sol entrou cedo no outro dia. Acho que por lá, os galos tiram férias no verão.

Na conferência era tudo novo. Interessante encontrar pessoas de outras partes do mundo com o mesmo objetivo seu. É como participar de um show de uma banda internacional, todo mundo esperando o solo da bateria ou o acorde de guitarra mais elevado.

Obviamente alguns personagens se destacaram. Como o onipresente senhor gordo e careca, com seu crachá luminoso e chamando a atenção por onde pisava – desde a pré-conferência até o último dia do evento. Aliás, já na pré-conferência ele soltou a pergunta: "Qual a diferença entre uma má divulgação de uma boa ciência e uma boa divulgação de uma má ciência?!", o que deixou os prêmios Nobeis desconcertados.

Na conferência, acompanhamos algumas experiências interessantes, como programas de TV holandeses que mostram o lado lúdico e engraçado da ciência, ou ainda, a proposta suíça do uso de filmes bloockbusters para educação científica.

O onipresente Mr. Pal Asija, aqui incomodando alguém da organização

E a programação do primeiro dia nos guardava uma surpresa. Conheceríamos a encantadora cidade de Lund. Pegamos um ônibus em Malmö, passamos por estradas esverdeadas ornadas por moinhos de vento e nos arrepiamos ao entrar naquela aconchegante cidade universitária. Tão acolhedora que parece de mentira.

Um dos vários moinhos de vento. Esperem pela viagem a Copenhague.

Mas não é. Conto pra vocês no próximo post.

Um comentário:

Deninha disse...

A conferência deve ter sido o máximo, tava bastante curiosa em saber os detalhes!


Caramba Mu, que imagem mais linda essa do Moinho de vento!